quarta-feira, 20 de outubro de 2010


POLÍTICA RELIGIOSA
& RELIGIOSIDADE POLÍTICA


Não se pode negar o fato de que nas religiões, quase que de um modo geral, se desenvolvem posturas políticas de controle, domínio e até mesmo manipulação de grupos de pessoas que sigam uma determinada confissão religiosa. Nesse sentido, podemos encontrar dentro da religião posturas governamentais benignas ou malignas, justas ou injustas.

Também não podemos deixar de constatar que na política pública, de um modo ou de outro, existem posturas religiosas, muitas delas hipócritas e poucas sinceras. Nesse caso, o que geralmente se observa é que há expressões de religiosidade neste setor que contribuem no sentido de resgatar valores morais e a dignidade humana. Por outro lado, há também neste segmento, de maneira acentuada, manifestações de religiosidade que visam somente ludibriar e enganar os eleitores ou aqueles que vivem debaixo de algum tipo de governo civil.

Com certeza não é a propaganda política, por mais bem requintada que seja a produção por trás dela, que define o caráter de um candidato do ponto de vista ético ou religioso. Como bem sabemos, a propaganda é um meio de convencer e de empolgar as pessoas a desejarem um determinado produto ou objeto que elas ainda não conheçam pessoalmente. Tal situação, muitas vezes, faz uma pessoa comprar gato por lebre. Por isso, é preciso ser sóbrio e vigilante assim como foi Jesus, seja com relação aos que governam ou com quem pretende governar. Não se deve esquecer que o Bom Pastor chamou o governante Herodes Antipas de “raposa”, pois Ele bem sabia que o tetrarca usava a religião para se manter no poder.

Finalmente, é bom lembrar que todo aquele que explora e banaliza Deus e o que é sagrado com fins meramente eleitorais, não terá qualquer dificuldade em explorar e banalizar seres humanos em seu governo.

Uéslei Fatareli, rev.
Mestre em Ciências da Religião pela Universidade Presbiteriana Mackenzie

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