terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Santos e Desconhecidos



O escritor Charles Dickens, ao considerar as mudanças revolucionárias que ocorreram na França do século XVIII, disse: “É o melhor dos tempos, é o pior dos tempos!”.
Quando pensamos nas palavras de Dickens, somos levados a constatar que vivemos numa época na qual nunca tivemos tanto acesso à informação e a tecnologia de ponta e, ao mesmo tempo, paradoxalmente, nunca fomos tão superficiais e narcisistas.
Um dos aspectos que nos chama a atenção com relação a nossa superficialidade está ligado ao campo religioso brasileiro, especialmente no que diz respeito aos santos, ou seja, aquelas pessoas que, no decorrer de sua existência, a partir de um relacionamento pessoal com Jesus, não abriram mão de sua fidelidade e lealdade a Ele, mesmo vivendo numa sociedade marcada por valores morais e espirituais decadentes. Dentre muitos outros santos que tem sido vítimas desta atual onda maléfica de superficialidade, mencionaremos no momento apenas dois.
O primeiro deles é São Pedro. Este santo, que nos legou duas cartas, declara no Evangelho de Mateus que Jesus é o Cristo, o Filho do Deus Vivo. Não obstante, ele continua sendo um dos santos que é desconhecido da maioria dos brasileiros. A ignorância com relação a este santo fez com que sua imagem ficasse reduzida a de alguém que tem o controle sobre os recursos hídricos celestiais, o que ele jamais afirmou ou cogitou. Todavia, este santo nos ensina coisas tremendas. Observemos algumas afirmações que ele faz em sua primeira epístola, tais como: Deus tem o poder de nos regenerar para uma viva esperança mediante a ressurreição de Jesus dentre os mortos; Somos resgatados do nosso fútil procedimento mediante o precioso sangue de Cristo; Quem crer em Jesus não será de modo algum envergonhado; Cristo sofreu em nosso lugar, deixando-nos exemplo para seguirmos os Seus passos; Jesus carregou em Seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos aos pecados, vivamos para a justiça; Não são as jóias que trazem maior beleza às mulheres, mas o revestir-se da prática do bem; O marido deve ter consideração para com sua esposa e tratá-la com dignidade; Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-nos a Deus; Haveremos de prestar contas Àquele que é competente para julgar vivos e mortos; Os que pastoreiam o rebanho de Deus devem fazê-lo espontaneamente, não por sórdida ganância, mas de boa vontade; Deus resiste ao soberbos, contudo aos humildes concede a Sua graça. O apóstolo Pedro nos ensina mais. Para isso, basta que você leia as suas cartas. Se você aceitar este desafio, pelos menos duas coisas acontecerão. A primeira é que Pedro, o santo apóstolo de Jesus Cristo, não será mais desconhecido para você. A segunda é que, através de seu relato apostólico, você conhecerá mais de perto quem é Jesus, o Filho do Deus Vivo.
O segundo santo que mencionamos é Agostinho. Ele viveu entre 354 a 430 d.C e é considerado um dos pais da Igreja Ocidental. Seus escritos nos mostram sua afinidade e compromisso com as Escrituras Sagradas. Para nos aproximar mais deste santo, observemos o que ele nos transmite em seu diálogo com Deus ou a partir do que ele pôde aprender em sua relação com Deus por meio das Escrituras Sagradas. Eis alguns trechos que escolhemos: “Fizeste-nos para Ti, e inquieto está o nosso coração, enquanto não repousa em Ti”; “Que eu Te busque Senhor, invocando-Te; e que eu Te invoque, crendo em Ti”; “Deus das virtudes, volta-nos para Ti, mostra-nos Tua face e seremos salvos. Para qualquer parte que se volte a alma humana, se não se fixa em Ti, se agarra à dor, ainda que se detenha nas belezas que estão fora de Ti....”; “Feliz aquele que Te ama, e que, por Teu amor, ama o amigo e o inimigo!”; “Se amas a Deus, ama-O desinteressadamente: se deveras amas a Deus, que Aquele mesmo, a Quem dedicas teu amor, seja tua recompensa.”; “Quão numerosos são os que procuram a Deus, somente para que d’Ele recebam benefícios na ordem temporal! Quão poucos os que buscam Jesus por causa de Jesus!.”
Caro leitor, temos plena consciência que apresentamos aqui um brevíssimo relato de tudo quanto os santos acima ensinaram. Todavia, o pouco aqui mencionado representa muito e pode nos ajudar a combater um dos males de nosso tempo, a superficialidade, inclusive aquela que tem causado grandes prejuízos no ambiente cristão e no mundo carente de Cristo.
Finalmente, fujamos de tudo que insiste em empobrecer nosso ser, especialmente de conceitos que sugerem que a fé em Cristo exclui o pensar. Cremos que os exemplos acima servem para nos mostrar que aquele que se relaciona com Deus de forma integral, fala e vive com amor, humildade, autoridade, lucidez, sobriedade, coerência e sabedoria. Sendo assim, que os santos que nos aproximam de Cristo sejam cada dia mais conhecidos por nós, uma sociedade carente de santos vivos.
Soli Deo Gloria.
Uéslei Fatareli, rev. ms.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Antiga Bênção Cristã (século II d.C)

O Senhor esteja ao vosso lado como vosso grande amigo e companheiro de jornada;

O Senhor esteja acima de vós, velando por vós e vos abençoando;

O Senhor esteja abaixo de vós, calcando os vossos pés, firmando os vossos passos;

O Senhor esteja às vossas costas, guardando-vos de todo o mal e defendendo-vos de pessoas desleais;

O Senhor esteja à vossa frente como luz que ilumina a vossa caminhada;

O Senhor esteja dentro de vós, dando-vos força, coragem e vontade de viver;

O Senhor esteja ao vosso redor, envolvendo-vos completamente com Seu amor.