quarta-feira, 20 de outubro de 2010


DESINTERESSE CUSTA CARO

Eleger representantes para cargos públicos nem sempre foi um processo amplo e participativo em nosso país. Basta lembrarmos os modelos políticos associados à aristocracia e à oligarquia que foram estabelecidos no Brasil logo depois de seu descobrimento.

O tempo passou e a lei e o processo eleitoral sofreram mudanças significativas. Por exemplo: o Código Eleitoral de 1932 estendeu a cidadania eleitoral às mulheres; a Constituição de 1934 estabeleceu a idade mínima obrigatória de 18 anos para o exercício do voto; a Emenda Constitucional nº 25/85 devolveu ao analfabeto o direito de votar em caráter facultativo; a Constituição de 1988 estabeleceu o alistamento eleitoral e o voto como obrigatórios para os maiores de 18 anos e facultativos para os maiores de 70 anos e para os jovens entre 16 e 18 anos.

Mas, se melhoras são estabelecidas na ordenação normativa referente ao direito de votar, o mesmo não se deu, por parte de uma grande parcela de brasileiros, no que diz respeito a ser politizado e exigente consigo mesmo nas urnas. Monteiro Lobato já observava: “sendo a política em sua legítima acepção a arte de governar os povos, não se concebe que os cidadãos assim se desinteressassem do que tão de perto lhes afeta a felicidade e o bem-estar.”

Caríssimos leitores, em nosso modo de ver, é esse desinteresse que ainda tem permitido que muitas pessoas desprovidas de vocação política, caráter ilibado e competência administrativa altruísta ocupem cargos públicos. Quando isso acontece a nação é roubada, os direitos fundamentais como saúde, educação e moradia são banalizados e a economia gera uma riqueza que não dá a todos a condição de viver dignamente.

Finalmente, um povo que trata a política e o voto com desinteresse promove imensos prejuízos para si mesmo e despreza o direito que tem de mudar e mudar para melhor.

Uéslei Fatareli, rev. ms.

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