quinta-feira, 24 de junho de 2010

PENDÃO DA ESPERANÇA



Assistimos em nosso país, por ocasião da Copa do Mundo, um verdadeiro desfile de bandeiras brasileiras. Elas estão nos carros, nas casas, nas mãos das crianças e em muitos outros lugares. Suas cores belas e vivas nos atraem e nos fazem pensar nas riquezas do Brasil. Além disso, mesmo trazendo em seus dizeres a influência do pensamento positivista do filósofo francês Augusto Comte, por meio deles somos desafiados a perseguir o que pode nos ajudar a construir uma nação cada vez menos dominada pela exploração ou por qualquer tipo de espírito de exclusão e corrupção que gerem desordem e retrocesso, se os termos da bandeira forem considerados por nós numa perspectiva ética e humana que tenham Jesus Cristo como fundamento.

É bom ver nossa bandeira presente em tantos espaços, e melhor ainda é ver o povo brasileiro dando a ela o destaque que merece. Por outro lado, lamentamos que a maior exposição de um de nossos símbolos nacionais esteja geralmente restrita a uma competição esportiva que acontece de quatro em quatro anos. É triste observar que em nossos pleitos eleitorais, momento que tem repercussão e desdobramentos imensos na vida da nação, sua presença seja mínima e, ainda, ter que constatar que são poucas as instituições, educacionais ou não, com interesse de considerá-la com proeminência, respeito, simpatia e seriedade.

Possivelmente, poucos brasileiros se lembrem da letra do Hino à Bandeira escrito por Olavo Bilac. Não reproduziremos agora a letra do hino na íntegra, mas destacaremos partes de seu precioso conteúdo. Seu primeiro verso registra: “Salve, lindo pendão da esperança, Salve, símbolo augusto da paz!”. O segundo anuncia: “A verdura sem par destas matas, e o esplendor do Cruzeiro do Sul.” O terceiro diz: “compreendemos o nosso dever”. O quarto expressa: “Nos momentos de festa ou de dor, paira sempre a sagrada bandeira, pavilhão de justiça e do amor!”.

Como se pode ver, a bandeira não é um objeto qualquer, mas um símbolo que nos indica que a esperança precisa ser nosso estandarte contra tudo e contra todos que insistem em nos catequizar com a cartilha do desespero, que a preservação das florestas mantém vivo o país e o planeta, que não há glória sem sacrifício, pois cruzeiro nos aponta para a cruz, que o dever de zelar pela nação é de todos e que a presença da justiça e do amor nos dá condições de desfrutar de uma alegria autêntica e, ao mesmo tempo, nos capacita a enfrentar e a superar nossas crises.

Finalmente, trazendo à lembrança os ensinamentos de Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, ergamos a bandeira brasileira tendo no coração o Deus que nos regenera para uma viva esperança mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, esperança que nos permite não viver em vão, esperança que vence a morte e que nos impede de nos rendermos à morte ou a qualquer tipo de pensamento e comportamento mortal estando nós ainda vivos. Soli Deo gloria.

Uéslei Fatareli, rev.
mestre em Ciências da Religião
pela Universidade Presbiteriana Mackenzie

quarta-feira, 2 de junho de 2010

FALSOS PROFETAS




Se uma pessoa ler a Bíblia com atenção, observará que um dos seus temas é acerca dos falsos profetas. Pode-se perceber a seriedade do assunto pelas várias ocasiões em que ele é mencionado e pela forma como é tratado.

No Antigo Testamento, Jeremias é um dos livros que mais nos alerta quanto aos falsos profetas. Nesta obra, especialmente no capítulo 23, podemos aprender que os falsos profetas falam da parte dos falsos deuses, fazem errar o povo, cometem adultérios, andam com falsidade, fortalecem as mãos dos malfeitores para que não se convertam cada um de sua maldade, fazem com que a impiedade aumente na terra, anunciam vãs esperanças, torcem a Palavra do Deus vivo, não participam do conselho de Deus, suas mensagens se baseiam em sonhos mentirosos e não têm proveito algum e se apresentam como profetas de Deus mesmo não sendo por Ele enviados.

No Novo Testamento, os servos de Cristo, o historiador Lucas e os apóstolos Paulo, Pedro e João, nos alertam também com relação aos falsos profetas. Seus escritos nos revelam que já naquela época não eram poucos os que enganavam em nome de Deus. Pedro, em sua segunda carta, destaca que os tais surgem no meio do povo de Deus, fazem comércio dele, são movidos por avareza, usam palavras ilusórias e se empenham para que os fiéis não somente venham a desprezar o Soberano Senhor, mas, também, a seguir suas práticas libertinas de tal maneira que o caminho da verdade seja desacreditado.

Concluindo, para quem imagina que nossa reflexão fosse mais útil numa igreja, alerto que o poder de enganar por meio de palavras e discursos ocorre, também, nos meios de comunicação de massa, nos palanques, nas tribunas etc. Nesse sentido, convém ficar de prontidão, pois há certos tipos de “lobos” que se apresentam com oratória requintada e sedutora.

Soli Deo gloria
Uéslei Fatareli, rev.ms.

VAMOS ESCALAR QUEM?


Sem dúvida alguma, nosso desejo é que a equipe de futebol que entrará em campo para representar e defender o Brasil na Copa do Mundo vença o torneio, não por sorte e, muito menos, por qualquer tipo de superstição, mas por jogar com raça, arte e técnica primorosas. Sabemos, entretanto, que os jogos trazem consigo situações imprevisíveis. Quem já não viu lances inusitados e despretensiosos mudarem o placar de uma competição e o destino de um time? Não obstante, um grupo bem escalado, bem preparado e bem dirigido terá maiores possibilidades de superar seus adversários.

Nosso intuito, entretanto, nesta breve reflexão, não se presta exclusivamente a tratar daquela que é uma das paixões do brasileiro, ou seja, o futebol, mas, aproveitar a ocasião e lembrar a todos que, mais do que vencer um campeonato mundial, a nação brasileira necessita sair vitoriosa nas urnas, uma “copa” que não podemos perder. Sendo assim, para que possamos juntos conquistar a vitória, urge que escalemos com sobriedade e prudência nossos representantes, pois o que está em jogo nas urnas é bem diferente daquilo que envolve um certame esportivo. A vitória no esporte nos faz festejar por alguns dias. Por outro lado, uma escolha correta numa eleição nos permite desfrutar de uma condição melhor de vida. Nesse sentido, entendemos que o voto de cada eleitor tem mais desdobramentos na vida da nação do que as suas preferências por um elenco de jogadores.

Finalmente, a responsabilidade dos eleitores de escalar presidente, governador e deputados que os representem e os defendam com excelência é uma tarefa bem mais difícil do que aquela que foi dada ao Dunga, pois este tem um grande número de bons jogadores a sua disposição, aqueles, entretanto, têm pouquíssimos candidatos dignos de receber crédito e voto.

Uéslei Fatareli, rev.ms.