Assistimos em nosso país, por ocasião da Copa do Mundo, um verdadeiro desfile de bandeiras brasileiras. Elas estão nos carros, nas casas, nas mãos das crianças e em muitos outros lugares. Suas cores belas e vivas nos atraem e nos fazem pensar nas riquezas do Brasil. Além disso, mesmo trazendo em seus dizeres a influência do pensamento positivista do filósofo francês Augusto Comte, por meio deles somos desafiados a perseguir o que pode nos ajudar a construir uma nação cada vez menos dominada pela exploração ou por qualquer tipo de espírito de exclusão e corrupção que gerem desordem e retrocesso, se os termos da bandeira forem considerados por nós numa perspectiva ética e humana que tenham Jesus Cristo como fundamento.
É bom ver nossa bandeira presente em tantos espaços, e melhor ainda é ver o povo brasileiro dando a ela o destaque que merece. Por outro lado, lamentamos que a maior exposição de um de nossos símbolos nacionais esteja geralmente restrita a uma competição esportiva que acontece de quatro em quatro anos. É triste observar que em nossos pleitos eleitorais, momento que tem repercussão e desdobramentos imensos na vida da nação, sua presença seja mínima e, ainda, ter que constatar que são poucas as instituições, educacionais ou não, com interesse de considerá-la com proeminência, respeito, simpatia e seriedade.
Possivelmente, poucos brasileiros se lembrem da letra do Hino à Bandeira escrito por Olavo Bilac. Não reproduziremos agora a letra do hino na íntegra, mas destacaremos partes de seu precioso conteúdo. Seu primeiro verso registra: “Salve, lindo pendão da esperança, Salve, símbolo augusto da paz!”. O segundo anuncia: “A verdura sem par destas matas, e o esplendor do Cruzeiro do Sul.” O terceiro diz: “compreendemos o nosso dever”. O quarto expressa: “Nos momentos de festa ou de dor, paira sempre a sagrada bandeira, pavilhão de justiça e do amor!”.
Como se pode ver, a bandeira não é um objeto qualquer, mas um símbolo que nos indica que a esperança precisa ser nosso estandarte contra tudo e contra todos que insistem em nos catequizar com a cartilha do desespero, que a preservação das florestas mantém vivo o país e o planeta, que não há glória sem sacrifício, pois cruzeiro nos aponta para a cruz, que o dever de zelar pela nação é de todos e que a presença da justiça e do amor nos dá condições de desfrutar de uma alegria autêntica e, ao mesmo tempo, nos capacita a enfrentar e a superar nossas crises.
Finalmente, trazendo à lembrança os ensinamentos de Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, ergamos a bandeira brasileira tendo no coração o Deus que nos regenera para uma viva esperança mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, esperança que nos permite não viver em vão, esperança que vence a morte e que nos impede de nos rendermos à morte ou a qualquer tipo de pensamento e comportamento mortal estando nós ainda vivos. Soli Deo gloria.
Uéslei Fatareli, rev.
mestre em Ciências da Religião
pela Universidade Presbiteriana Mackenzie