quarta-feira, 21 de setembro de 2011

MOVIMENTO CONTRA A CORRUPÇÃO



No dia 7 de setembro p.p., em meio às comemorações do dia da Independência, aconteceu em Brasília uma marcha que ficou intitulada “Marcha contra a Corrupção”. Tal protesto público, exemplo de cidadania ativa, já faz parte do registro histórico da participação popular na vida política brasileira. É necessário, entretanto, que o movimento movimente-se pautado pela ética integral e não por aquela que fica restrita a discursos de pseudo-poetas que promovem a morte da sociedade. É preciso também que cada brasileiro, além das marchas, atue individual e coletivamente em grupos legitimamente organizados de forma permanente e vigilante, pois, neste mundo, o combate à corrupção não tem fim, por mais otimistas que sejamos.

Caríssimos, ainda que o filósofo Rousseau tenha dito que “o homem nasce bom e a sociedade o corrompe”, nos parece, todavia, que o homem nasce homem, ou seja, com uma natureza própria, na qual o egoísmo é um fato incontestável, o que é possível observar nas primeiras expressões de linguagem da infância, enunciados de caráter fortemente possessivo. Não estamos com isso negando que o meio social em que nascemos e vivemos não tenha qualquer influência sobre o homem, mas destacando que ele não é a causa originária e única da corrupção, ele é sim um retrato fiel da própria natureza desregrada do homem. Talvez isto nos ajude a compreender a razão de termos ao longo da história das civilizações uma ordenação jurídica cada vez mais ampla e exigente, pois como dizia o filósofo Spinoza “os homens são, na maior parte das vezes, invejosos e mais inclinados à vingança que a misericórdia”.

Finalmente, segundo o servo de Jesus, o apóstolo Pedro, se realmente desejamos nos livrar da corrupção das paixões que há no mundo é preciso que sejamos co-participantes da natureza divina (2 Pe 1.4) por meio da fé em Cristo e da obediência a Sua Palavra, somente assim faremos raiar no horizonte do Brasil a verdadeira liberdade, aquela que não se confunde com a libertinagem e nem se rende ao seu domínio.

Uéslei Fatareli, rev. ms.