domingo, 10 de maio de 2009

SÓ TEMOS O DIREITO DE PRODUZIR O QUE FAZ BEM À SAÚDE!


A indústria de alimentos tem parte integrante e destacada não só na economia mundial, mas, principalmente, na mesa e no dia-a-dia de muitas pessoas que fazem uso de seus produtos. O próprio ritmo da vida moderna ou pós-moderna, nem sempre saudável ou recomendável, acaba favorecendo e incentivando homens e mulheres a se socorrerem naquilo que lhes é oferecido a partir do mercado alimentício legal ou ilegal, ou seja, o mercado industrial das grandes e pequenas empresas e o mercado informal não autorizado ou não regulamentado.

Felizmente, há produtos de boa qualidade que nos são oferecidos. Por outro lado, há também aqueles que jamais deveriam sequer chegar às prateleiras dos supermercados ou serem oferecidos a quem quer que seja, pois foram feitos em ambientes desprovidos de condições higiênicas e sanitárias saudáveis, alguns foram elaborados de forma criminosa, outros deixaram de ser, por negligência ou ineficiência de órgãos ligados à saúde, objeto de inspeção adequada e, por último, ainda existem aqueles produtos que, amparados por leis nem sempre honestas, chegam ao consumidor, desprovidos do rigor científico que preza pelo que faz bem à saúde da população.

Com relação a isso, verificou-se recentemente que grande parte do café atualmente vendido ao público brasileiro contém até 10% de pedaços de madeira e até 31% de impurezas. Também se constatou em várias marcas de refrigerantes e sucos vendidos no Brasil duas substâncias, o benzoato de sódio e ácido ascórbico (vitamina C). Tais substâncias, por exercer interação ou interatuar, podem formar o benzeno, um composto tóxico cancerígeno.

Evidentemente, não é nada fácil viver ou sobreviver em um país com um quadro social e político que despreza ou pouco se esforça em preservar a qualidade de vida de seus cidadãos. Nesse sentido, não podemos e não temos o direito, diante de realidades tão injustas e destrutivas, de cruzar nossos braços e cantar em tom nostálgico ‘Let it be’ (‘Deixa Estar’) ou em ritmo de samba ‘Deixa a vida me levar’, pois quem canta tais músicas numa postura de passividade social acaba por facilitar a manutenção de um sistema degradante que injeta nas pessoas contaminações das mais diversas. Caso tal situação não seja combatida, deixaremos de cantar que vivemos num berço esplêndido e passaremos a entoar gemidos num leito de enfermidades, com o seguinte diagnóstico sócio-político: República doente.

Desta forma, precisamos nesses tempos difíceis e de tanta intoxicação cuidar melhor de nós mesmos. Também necessitamos zelar melhor e em primeiro lugar dos de nossa própria casa e, ao mesmo tempo, nos lembrar que não somos seres que somente pensam e existem e muito menos aquele tipo de gente que diz: “Comamos e bebamos que amanhã morreremos”, mais sim pessoas responsáveis, individual e coletivamente falando, tanto pelo corpo e alma que nos são dados pelo Criador como também pelo planeta no qual estamos hospedados.

Finalmente, sejamos mais exigentes conosco e não nos esqueçamos que mudanças sociais com desdobramentos benéficos e salutares à saúde integral não dependem de atos heróicos isolados, mas de uma mobilização ampla de pessoas com consciência de sua realidade e que num esforço conjunto vencem o mal com o bem. Por isso e por muito mais que poderia ser dito, sejamos criteriosos com aquilo que estão nos vendendo para nossa ingestão e manifestemos nosso repúdio e rejeição ao que é prejudicial à saúde buscando novas e melhores alternativas.

Soli Deo gloria.
Uéslei Fatareli, rev. ms.