quarta-feira, 20 de outubro de 2010


ATÉ QUANDO?

A pergunta acima geralmente aparece no livro mais lido da Bíblia no mundo, o Livro dos Salmos. Este livro poético que na língua hebraica recebe o nome de “Louvores” tem em seu conteúdo orações que expressam confiança em Deus, bem como manifestações de louvor e gratidão ao Soberano Criador do Universo. Possivelmente, um dos motivos que levam o livro a ser o mais lido é que nos identificamos com aquilo que as pessoas nele descrevem em sua relação com Deus e com a própria vida.

Existem salmos que são chamados “salmos de lamento” e é comum ocorrer neles a pergunta “até quando...?”. O lamento, é bom que se diga, não é uma murmuração, mas uma queixa que é apresentada a Deus, com a certeza de que Ele fará justiça. Um dos Salmos de lamento encontrados na Bíblia é o Salmo 13 e ele começa assim: “Até quando, Senhor? Esquecer-te-ás de mim para sempre? Até quando ocultarás de mim o rosto? Até quando estarei eu relutando dentro de minha alma, com tristeza no coração cada dia? Até quando se erguerá contra mim o meu inimigo?”

Meditando e aprendendo com os salmos de lamento, observamos que a oração é uma relação de profunda intimidade com Deus, uma relação de amizade reverente na qual reportamos tudo a Ele sem qualquer dificuldade em declarar o que estamos sentindo, pensando ou vivenciando. E quando lançamos nossa súplica e lamento perante Deus confiando em Sua graça e crendo que Ele atenta para nós, ilumina nossos olhos, não nos deixa dormir o sono da morte e nem sermos vencidos pelos nossos adversários, nossa oração tem seu desfecho em tom de alegria e não de tristeza, pois o salmista diz no final: “Cantarei ao Senhor, porquanto me tem feito muito bem.” (Sl 13.6)

Finalmente, louvemos ao Senhor, não porque “quem canta seus males espanta”, mas porque Ele faz justiça e sustenta seus filhos e filhas em todas as circunstâncias.

Uéslei Fatareli, rev., ms.

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