Desistir ou
Prosseguir?
“Vou desistir do meu casamento, não vale a
pena prosseguir”; “Vou desistir do curso que estou fazendo, não serei capaz de
concluí-lo”; Vou desistir de lutar por uma sociedade melhor, ninguém mais se
importa com isso”; Vou desistir de amar as pessoas, elas são ingratas e
hipócritas”; “Vou desistir de respeitar as autoridades, elas fazem tudo
errado”; “Vou desistir de meus filhos, já fiz tudo o que tinha que fazer por
eles”; “Vou desistir de resistir a promiscuidade, pois, como se diz, a carne é
fraca”; “Vou desistir de minha dieta, afinal a morte vem para todos”; “Vou
desistir de minhas caminhadas, não ajudam a ganhar dinheiro”; “Vou desistir do
Brasil, vou para os Estados Unidos”; “Vou desistir de pagar impostos, já não
suporto mais tanto desperdício com a verba pública”; “Vou desistir de crer que
um milagre possa ocorrer, o médico já disse que a doença não tem cura”; “Vou
desistir de economizar, é impossível vencer os ídolos do consumo” etc.
É verdade que há situações na vida em que
precisamos mudar de direção e desistir do que está causando nossa destruição ou
adoecimento da alma. Mas, também é verdade que a desistência de alvos justos e
nobres pode nos levar a enterrar prematuramente o que poderia vir a ser uma
conquista extraordinária num futuro breve ou distante. Aliás, imagine se o
homem tivesse desistido de pesquisar e de elaborar e produzir vacinas para
combater doenças. Pense na tragédia que seria se o homem tivesse desistido de
inventar sistemas de tratamento de água que facilitassem seu uso adequado. Pare
para refletir sobre a falta de graça e encantamento que seria a vida se os
poetas tivessem desistido de escrever suas poesias e os compositores suas
músicas. Considere a tragédia que seria se o homem tivesse desistido de
combater ideologias monstruosas e governos e dirigentes infernais. Cogite a
situação que teríamos hoje que enfrentar se o homem tivesse desistido de sonhar
alto, se o pai de Rafaela Silva e seus professores tivessem de judô tivessem
desistido dela e se ela tivesse desistido de lutar pelas tolices que ouviu
quando não foi vitoriosa nas Olimpíadas etc.
Finalmente, se Jesus, o Deus que se fez gente, não
desistiu de buscar o perdido, nem de amar os excluídos. Se Ele, em figura
humana, não desistiu de dar sua própria vida em favor da nossa, temos razões de
sobra para não desistir diante das lutas ou decepções, mas, sim, a oportunidade
de prosseguir e conquistar, unidos a Ele, o que parecia impossível de ser
conquistado. Por isso, prossiga seguindo os passos do Cristo vencedor!
Uéslei Fatareli, rev.,
ms.